Homenagem

terça-feira, 29 de junho de 2010

Este post vem já com atraso considerável, por pura preguiça, mas mais vale tarde do que nunca. Ele não se importa.


Fim. Acabaram os livros do Saramago. Quer dizer que depois d"O ano da morte de Ricardo Reis", "Levantado do Chão", e mais um ou outro, que me faltam ler, fico sem livros novos do Saramago para o resto da vida. É a perda literária que mais me afecta pessoalmente de que me lembro. Isto porque quase todos os meus outros escritores favoritos já estavam enterrados quando os comecei a ler. Saramago ia escrevendo livros novos enquanto eu lia os velhos... secou essa fonte.

Sarcástico, venenoso, incisivo, irónico, sábio, imaginativo e capaz de transpôr isto tudo para um português deliciosamente arcaico e sem pontuação. Aliás, tornou-se lugar comum entre as pessoas que nunca lhe leram nem uma página, justificar a ignorância com essa desculpa: "... não gosto, porque ele escreve sem pontuação...". Acontece que como visionário que foi, cedo percebeu que um bom escritor não precisa de sugerir ao leitor as inflexões de voz, exclamações ou interrogações dos seus personagens. Um bom escritor dá-nos um cenário tão vividamente imaginável nas nossas cabeças, que basta-lhe depois mostrar-nos o guião das conversas. Nós próprios criamos mentalmente o resto. Para isso não precisamos de pontos finais nem de exclamação. Para quem lê o primeiro livro até ao fim, essa escrita não pontuada torna-se cada vez rápida de ler. Muito mais do que um livro normal. Sem a pontuação a balizar e pausar a leitura, devoramos as frases ininterruptamente, inteiras... enquanto visualizamos a acção. Mas isto tem apenas que ver com a técnica magnifica de Saramago. O que fez dele Prémio Nobel foi o conteúdo. E esse é intemporal. Quase todos os romances que escreveu dariam bons filmes, como o "Ensaio sobre a cegueira". E tambem eles intemporais. Aposto que um filme sobre "A jangada de pedra" teria uma mensagem tão actual agora como daqui a 50 anos.

Morreu o meu escritor de língua portuguesa preferido de sempre. Que esteja em paz. 

Shhhh...

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Um artigo interessante...vão la ler.

Aquela máquina

quinta-feira, 17 de junho de 2010


É preciso um gajo vir para os States para conhecer o dono de um dos melhores pares de pézinhos que já passaram pelo Benfica. Ganda Roger, pá!

Nasceu uma estrela

domingo, 6 de junho de 2010



Chamem-me exagerado, mas acabou de aparecer do nada, um dos meus cantores favoritos. Chama-se Michael Grimm. O timbre pessoal e o potencial comercial não ficam atrás de nenhum Sting, Alexandro Sanz, ou Robbie Williams. Consigo facilmente imaginar uma legião de fãs do sexo feminino atrás dele. Ele diz que fica contente se conseguir tocar em bares e restaurantes, eu digo que pode tocar em estádios. Muitas vozes piores enchem estádios com produções milagrosas. Ele é um daqueles casos de "the real thing". Ainda por cima tem uma história de vida triste e está a tentar ganhar dinheiro para tirar os avós do trailer park onde vivem, porque perderam tudo com o furacão Katrina. Isto comercialmente é uma mina de ouro.

No momento em que escrevo isto, ainda só o vi a cantar durante 2 minutos, numa daquelas pré-selecções do America's Got Talent. Para mim chegou. Aliás, para mim o programa deveria acabar já. Ninguem faz melhor do que isto. Veremos no que isto vai dar, mas se os Americanos não forem estúpidos ele vai estar a receber propostas de discográficas a partir de amanhã.

A qualidade do vídeo é fraquinha, mas dá para perceberem o que eu quero dizer.